![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBWchFyji6ZGT7YxAd-8l335Vtm3FR0o-ggR3nwLSzIsF-46JogB4H-IF3-W-I0SMJNQvHqawRoWKu4npPsJkhMgdeEx5sedKeWRDFyDOQpanDC1MdViObO_dqUiyuorwb364Gi2LieOk/s320/aguas+paradas_filipascarpa_110616.jpg)
tu que choras uma angústia qualquer
e falas de coisas mansas como o luar e paradas como as águas de um lago adormecido, acorda!
Deixa de vez as margens do regato solitário onde te miras como se fosses a tua namorada.
Abandona o jardim sem flores desse país inventado onde tu és o único habitante.
Deixa os desejos sem rumo de barco ao deus-dará e esse ar de renúncia às coisas do mundo.
Acorda, amigo, liberta-te dessa paz podre de milagre
que existe apenas na tua imaginação.
Abre os olhos e olha, abre os braços e luta!
Amigo, antes da morte vir
autor TEXTO : Manuel da Fonseca, in "Poemas Dispersos"
autor FOTO: Filipa Scarpa, in http://br.olhares.com/aguas_paradas__foto185707.html