quinta-feira, 16 de junho de 2011

àguas paradas

Antes que Seja Tarde Amigo,
tu que choras uma angústia qualquer
e falas de coisas mansas como o luar e paradas como as águas de um lago adormecido, acorda!
Deixa de vez as margens do regato solitário onde te miras como se fosses a tua namorada.
Abandona o jardim sem flores desse país inventado onde tu és o único habitante.
Deixa os desejos sem rumo de barco ao deus-dará e esse ar de renúncia às coisas do mundo.
Acorda, amigo, liberta-te dessa paz podre de milagre
que existe apenas na tua imaginação.
Abre os olhos e olha, abre os braços e luta!
Amigo, antes da morte vir
nasce de vez para a vida.

autor TEXTO : Manuel da Fonseca, in "Poemas Dispersos"

autor FOTO:   Filipa Scarpa, in http://br.olhares.com/aguas_paradas__foto185707.html

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